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10-10-2007

É a mulher mais idosa da freguesia


O. do Bairro - 101 anos cheios de saúde e lucidez

No último dia 1, segunda-feira, Etelvina Ferreira da Silva completou 101 anos, cheios de espantosa lucidez e ainda de boa saúde, tanto quanto pode esta idade. Nasceu em tempo de Monarquia e viveu muitos apertados anos da República. Porém, embora de olhos apagados, - "não vejo nadinha" - ainda não se lhe apagaram as memórias de uma vida inteira. É só dar-lhe o mote.

Cabelos brancos, faces mimosas, sem grandes rugas, discorre com fluência extraordinária. Recorda-se de tudo, responde prontamente, não há paragens. É uma conversadora nata, de pouco se queixa: "sinto-me doente, com dores nos ossos. O comprimido é que mata as dores" , diz a centenária senhora, sentada na cama, sem qualquer apoio, e "o coração vai menos mal".

Saúde de ferro. Exactamente, só toma um comprimido por dia, para os ossos, "quando não, morria com dores". E ainda se auto-estima: "ainda me levanto, agarrada à cama"

Com a morte do marido, 5 anos mais velho (casou, tinha 37 anos) "eu já não queria viver, queria era ir para o pé do meu homem e ainda aqui estou (?) " Que hei-de fazer? Matar-me não, que é pecado". Pensou mesmo que iria atrás dele. Sempre se deram bem. A receita para ela era simples: "a gente tem que saber lidar com os homens (?) "Por acaso, era bom para mim nunca me bateu".

Etelvina, que não teve direito a ir à escola, é uma" máquina" (afinada) a falar, a recordar. Lembra-se de fazer parte de uma contradança do Roque, onde nasceu, mas o mais espantoso é que nos disse uma série de quadras desse repertório. Lembra também os trabalhos por que passou: enquanto o homem fazia cestos, ela cozia pão para ir vender às feiras - Palhaça, Bustos, Vista Alegre, e aos fins-de-semana. Fazia parte de uma plêiade de padeiras que deixaram fama. Também vendia pão e figos de ceira pelas feiras e festas. Fora disso, trabalhava no campo. Atribui a dor de ossos aos trabalhos com o forno, às escaldadelas. Mais tarde, acabou com o negócio, os ganhos eram reduzidos.

Os dias passa-os, hoje, a memorar, a rezar o terço ou a ouvir a missa na televisão, "não posso ir, ouço-a em casa", a conversar com quem a visita e quer saber coisas.

Etelvina, com quem se gosta de conversar, parece no entanto ter enchido as medidas da vida, estar desejosa de partir. E formulando nós mais um ano de vida, disse-nos muito naturalmente: "Deus queira que já não esteja cá para o ano"

Família. Etelvina nasceu na Palhaça em 1 de Outubro de 1906, sendo a quarta descendente de um casal que criou uma prole de 10 irmãos. Um deles o Manuel, com 90 anos na pele, ainda é vivo. Foi casada com António de Oliveira Barros. Desse matrimónio nasceu uma filha, Maria Odete Ferreira de Barros Marques, emigrantes no Canadá, mas residentes na rua do Vale do Rato, Palhaça. Tem 3 netos (dois são rapazes) e 2 bisnetos.


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